A Leishmaniose é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania, que afeta tanto seres humanos quanto animais, como cães.

A Leishmaniose é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania, que afeta tanto seres humanos quanto animais, como cães. É transmitida por picadas de insetos, como os flebotomíneos, conhecidos como “mosquito-palha” ou “birigui” no Brasil. A doença tem diferentes formas clínicas, sendo a Leishmaniose Visceral (LV) a forma mais grave em humanos, enquanto a Leishmaniose Cutânea (LC) é mais comum em cães. Neste guia, discutiremos em detalhes a Leishmaniose, incluindo suas causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e medidas de prevenção.
Causas:
A Leishmaniose é causada por protozoários do gênero Leishmania, que são parasitas intracelulares obrigatórios. Existem várias espécies de Leishmania que podem infectar humanos e animais, e a transmissão ocorre por meio da picada de flebotomíneos fêmeas infectadas.
Os flebotomíneos são insetos pequenos que se alimentam de sangue e estão amplamente distribuídos em áreas endêmicas da doença, como regiões tropicais e subtropicais. Quando uma fêmea de flebotomíneo pica um hospedeiro infectado, ela ingere os protozoários. Esses protozoários se desenvolvem e multiplicam no trato digestivo do inseto e, quando a fêmea pica outro hospedeiro, os protozoários são injetados na pele, onde podem infectar células do sistema imunológico e outros tecidos.
Sintomas:
Os sintomas da Leishmaniose podem variar dependendo da forma da doença e da espécie de Leishmania envolvida. Existem duas principais formas clínicas da Leishmaniose:
1. Leishmaniose Visceral (LV):
A LV, também conhecida como calazar, é a forma mais grave da doença. Ela afeta órgãos internos, como o fígado, o baço e a medula óssea. Os sintomas da LV podem incluir:
- Febre prolongada e irregular.
- Perda de peso.
- Fraqueza e fadiga.
- Anemia.
- Hepatomegalia (aumento do fígado) e esplenomegalia (aumento do baço).
- Comprometimento do sistema imunológico, levando a infecções secundárias.
Se não tratada, a LV pode ser fatal. É importante notar que a LV é uma das doenças tropicais negligenciadas que afeta principalmente regiões com recursos limitados, tornando o diagnóstico e o tratamento mais desafiadores.
2. Leishmaniose Cutânea (LC):
A LC é a forma mais comum da doença em cães e afeta a pele. Os sintomas da LC em cães podem incluir:
- Úlceras cutâneas.
- Lesões na pele, que podem ser secas, escamosas ou úmidas.
- Perda de pelos ao redor das lesões.
- Aparência geral de má condição de saúde.
A LC também afeta seres humanos, causando úlceras cutâneas que podem se desenvolver em áreas expostas do corpo, como o rosto e os braços. A doença é menos grave do que a LV, mas ainda pode causar desconforto e cicatrizes.
Diagnóstico:
O diagnóstico da Leishmaniose pode ser desafiador devido à diversidade de sintomas e à possibilidade de a doença ser confundida com outras condições. Os seguintes métodos de diagnóstico podem ser utilizados:
1. Exame Clínico:
O médico ou veterinário avalia os sintomas apresentados pelo paciente e investiga exposição prévia a áreas endêmicas.
2. Testes Laboratoriais:
- Exame de sangue: A detecção de anticorpos contra a Leishmania pode ser realizada por meio de testes sorológicos, como o teste ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay).
- Cultura: A Leishmania pode ser cultivada a partir de amostras de tecido ou sangue, mas essa técnica é demorada e complexa.
- PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): Este método permite a detecção do material genético da Leishmania em amostras de sangue, tecido ou fluidos corporais.
- Biopsia: A coleta de amostras de tecido afetado pode revelar a presença de Leishmania no local da lesão.
3. Exames de Imagem:
Em casos de LV, exames de imagem, como ultrassonografia, podem ser utilizados para avaliar o tamanho do fígado e do baço.
Tratamento:
O tratamento da Leishmaniose varia de acordo com a forma clínica da doença e a espécie de Leishmania envolvida. Em seres humanos, a LV requer tratamento com medicamentos específicos, como o antimonial pentavalente ou o lipossomal anfotericina B. A LC pode ser tratada com medicamentos tópicos, como pomadas, ou, em casos mais graves, com medicações orais.
No caso dos cães, o tratamento da Leishmaniose é mais complexo. Não há cura definitiva para a doença em cães, mas é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do animal. O tratamento inclui medicamentos imunossupressores, como alopurinol, e outros medicamentos que visam reduzir a carga parasitária e melhorar o sistema imunológico do cão. A terapia é frequentemente longa e requer acompanhamento veterinário regular.
Prevenção:
A prevenção da Leishmaniose envolve medidas para evitar a picada de flebotomíneos, especialmente em áreas endêmicas. Aqui estão algumas estratégias de prevenção:
1. Repelentes: A aplicação de repelentes específicos em cães pode ajudar a reduzir as picadas de flebotomíneos.
2. Coleiras repelentes: Coleiras impregnadas com substâncias repelentes também podem ser eficazes.
3. Ambiente: Manter o ambiente limpo e livre de áreas de reprodução de flebotomíneos, como locais com acúmulo de matéria orgânica.
4. Proteção contra picadas: Evitar passeios em áreas endêmicas durante o período de maior atividade dos flebotomíneos, geralmente no início da noite.
5. Vacinação: No Brasil, uma vacina contra a Leishmaniose para cães está disponível, embora sua eficácia seja debatida. A vacinação deve ser discutida com um veterinário.
Conclusão:
A Leishmaniose é uma doença parasitária transmitida por flebotomíneos que pode afetar tanto seres humanos quanto cães. É uma preocupação de saúde pública em muitas áreas tropicais e subtropicais. O diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais para evitar complicações graves da doença. Além disso, medidas de prevenção, como o uso de repelentes e o controle do ambiente, podem ajudar a reduzir o risco de infecção. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento são fundamentais para combater a Leishmaniose e proteger a saúde de seres humanos e animais.